Doces Conventuais
- observamais
- 8 de jan. de 2019
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Atualizado: 10 de jan. de 2019

“S. Gonçalo de Amarante
Tantos milagres fazeis
Que são mais milagres vossos
Estes doces e pasteis”
Um regalo para os olhos, os doces conventuais fazem crescer água na boca de todos aqueles que visitam Amarante. Com uma história que remonta a 1973 com o Acordam da Relação do Porto de 11 de novembro de 1973, é comprovado que houve freiras em Amarante e que os doces regionais são provenientes do Antigo Real Convento das Freiras de Santa Clara de Amarante.
Na revista Testemunhos, editada pelo Círculo Lago Cerqueira, pode ler-se que “(…) há muito tempo se comercializavam doces por Amarante e por muitas outras localidades. Por estas bandas, eram comercializados em ocasiões festivas e especiais, marcando presença nas Festas do Junho. Aí podiam ser apreciados nas inúmeras bancas das doceiras e ainda na festa realizada em 10 de Janeiro, dedicado ao bem-aventurado S. Gonçalo de Amarante. (...) Os doces conventuais (…) eram de receitas que pertenciam somente às freiras que com a sua venda arranjavam mais algum pecúlio para poderem comportar as inúmeras despesas da comunidade religiosa. Era frequente a oferta de alguns doces às famílias mais abastadas do concelho que com elas se relacionavam. (…) As receitas acabavam por sair do interior dos conventos, das freiras para as famílias mais abastadas (…).”
O Convento de Santa Clara era abastado em matérias primas para confecionar estes docinhos. Os ovos provinham do galinheiro ou eram dados pelos foreiros, o açúcar, isento de taxação, era comprado livremente, a farinha tinham-na perto no moleiro, a amêndoa, os figos secos eram “ofertadas” aos franciscanos. Reunidos os ingredientes, os doces conventuais surgiram moldados pelas mãos das freiras e foi assim que apareceu as lérias, os foguetes, papos de anjo e as brisas do Tâmega. O declínio do mosteiro de Santa Clara ditou que o seu receituário tenha sido delegado a algumas famílias de Amarante, que o perpetuaram e promoveram até à atualidade.
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